Os Garotos Corvos


Nome: Os Garotos Corvos
Título Original: The Raven Boys
Autora: Maggie Stiefvater
Série: A Saga dos Corvos
Editora: Verus
Livro: Skoob
Sinopse:

Todo ano, na véspera do Dia de São Marcos,­ Blue Sargent vai com sua mãe clarividente até uma igreja abandonada para ver os espíritos daqueles que vão morrer em breve. Blue nunca consegue vê-los — até este ano, quando um garoto emerge da escuridão e fala diretamente com ela.
Seu nome é Gansey, e ela logo descobre que ele é um estudante rico da Academia Aglionby, a escola particular da cidade. Mas Blue se impôs uma regra: ficar longe dos garotos da Aglionby. Conhecidos como garotos corvos, eles só podem significar encrenca.
Gansey tem tudo — dinheiro, boa aparência, amigos leais —, mas deseja muito mais. Ele está em uma missão com outros três garotos corvos: Adam, o aluno pobre que se ressente de toda a riqueza ao seu redor; Ronan, a alma perturbada que varia da raiva ao desespero; e Noah, o observador taciturno, que percebe muitas coisas, mas fala pouco.
Desde que se entende por gente, as médiuns da família dizem a Blue que, se ela beijar seu verdadeiro amor, ele morrerá. Mas ela não acredita no amor, por isso nunca pensou que isso seria um problema. Agora, conforme sua vida se torna cada vez mais ligada ao estranho mundo dos garotos corvos, ela não tem mais tanta certeza. De Maggie Stiefvater, autora do aclamado A Corrida de Escorpião, esta é uma nova série fascinante,­ em que a inevitabilidade da morte e a natureza do amor nos levam a lugares nunca antes imaginados.


Blue Sargent mora com sua mãe e as amigas dela que são médiuns, e em toda véspera do Dia de São Marcos, ela vai com sua mãe à uma igreja abandonada onde elas conseguem ver os espíritos das pessoas que morrerão em breve, dentro de um ano. Na verdade, só a mãe e as amigas são capazes de ver; Blue não tem o mesmo dom, ela apenas torna as coisas mais intensas. No entanto, numa dessas vésperas, algo surpreendente acontece: Blue consegue ver o espírito de um garoto, que diz se chamar Gansey. E Neeve, a amiga da mãe que veio com ela dessa vez, diz que se Blue pôde vê-lo, é porque ele é o amor de sua vida, ou então que ela irá matá-lo. E pra piorar a situação, todas as médiuns que ela já conheceu um dia, dizem que ela vai matar seu verdadeiro amor com um beijo. E pro desespero de Blue, ninguém mais, ninguém menos, que Gansey, resolve marcar uma consulta com sua mãe.

Pode até ser coincidência, mas os motivos de Gansey ter marcado essa consulta são bem diferentes. Ele é completamente fissurado pelas linhas ley, o caminho por onde os mortos percorrem, e acredita que elas tenham alguma informação a lhe oferecer. E outro fato que traz repugnância à Blue, é que Gansey não é um garoto qualquer. Ele é um Garoto Corvo, ou seja, estudante da Academia Aglionby, uma escola totalmente reservada aos ricos. E ele não está sozinho nessa. Junto de seus amigos Adam, Ronan e Noah, eles vão em busca de maiores descobertas, e Blue parece ser a peça que faltava para tudo se encaixar e dar certo.

Gansey teve um sentimento incrível de coisa certa, com todos reunidos em torno do Pig. Como se Blue, e não a linha ley, fosse a peça que faltava e de que ele estivera precisando todos aqueles anos, como se a busca por Glendower não estivesse verdadeiramente a caminho até que ela fizesse parte dela.

É muito, muito difícil fazer resenha de livros que amamos. Eu fico travando e me embolo toda nas palavras, é tanta informação e afeto pela história que a gente nem sabe por onde começar a explicar o quanto todo o desenrolar nos encantou.

A narrativa é em terceira pessoa, e reveza entre o ponto de vista de Blue, Gansey, Adam e o Sr. Whelk, professor de latim deles que tem um papel muito importante na história. Blue conhece os garotos no lugar onde trabalha de garçonete, e de cara não simpatizou com nenhum deles, portanto, encontrá-los na sessão de leitura foi uma grande surpresa, e de certa forma até desagradável, ainda mais por saber que um deles supostamente era o amor de sua vida, e nem de longe parecia.

Sua mãe e as amigas dela, Calla e Persephone, se recusam a dar qualquer informação a respeito da linha ley, mas Blue se sentiu interessada pelo assunto, e resolve ajudá-los no que for necessário, mesmo que pra isso tenha que desobedecer as ordens da mãe.

Um dos motivos que me deixou com um pé atrás pra ler esse livro, embora tenha me entusiasmado muito com a sinopse, foi já ter lido a série de Os Lobos de Mercy Falls, da mesma autora, e não ter gostado muito. E o segundo motivo, mais importante, é de suspeitar que teria um triângulo amoroso, e torci pra estar enganada. Mas... É, a autora adora triângulos com a mesma intensidade que eu odeio. MAS, existe um porém! Não existe triângulo mais perfeito do que ela criou em Garotos Corvos, porque não é, de fato, um triângulo! Ficou confuso? Ok, explicarei.

No dia em que Blue os conhece, a razão que a fez conversar com eles, foi Adam ter se interessado por ela, e a achado bonita. Com isso, quem a convidou a participar das pesquisas sobre a linha ley, foi Adam, e a aproximação deles se tornou maior. Mas não maior no sentido de um se apaixonar perdidamente pelo outro. Maior no sentido de criarem uma amizade, criarem confiança um no outro. Adam é humilde, simples, e não calado, mas sim observador. Ele é aquele personagem que te cativa com poucas palavras, e nos agrada facilmente com seu jeito de ser, mesmo com os problemas que ele tem de enfrentar em casa, já que ele não é rico nem de longe, então precisa ralar trabalhando pra conseguir dinheiro suficiente pra pagar a escola, e se sentir orgulhoso por conseguir alcançar seus objetivos sozinho.

Gansey olhou para os dois, e ela viu em seu rosto que ele adorava aquele lugar. Sua expressão indisfarçável trazia algo novo: não o prazer puro de encontrar a linha ley ou o prazer dissimulado de caçoar de Blue. Ela reconheceu a estranha felicidade que vinha de amar algo sem saber por quê, aquela estranha felicidade que às vezes era tão grande que parecia tristeza. Era a maneira como ela se sentia quando olhava para as estrelas.

E, por outro lado, há Gansey. O que foi perguntar se Blue não queria conversar com Adam, e que sem querer, a ofendeu, e a partir de então, a relação entre eles parecia... Cuidadosa, sempre pisando em cacos de vidro. E é isso. Nenhum se apaixona pelo outro, embora estejam tecnicamente destinados a isso, e na verdade, o que ocorre, é só começarem a deixar a desconfiança de lado, e acreditar mais um no outro, deixando assim a relação mais tranquila e harmoniosa. Gansey é o cérebro do grupo, o que quer loucamente encontrar a linha e outras coisas mais profundas a respeito que, só Gansey mesmo pra saber explicar perfeitamente, então nem vou me ousar a arriscar, hahaha. Ele é também o mais rico deles, tendo tudo o que quer nas palmas das mãos, embora não seja nariz em pé por causa disso. Ele é simplesmente... o Gansey. Com seus defeitos e tentando manter o equilíbrio e paz entre todos, sempre educado e ao mesmo tempo tendo um jeito único de ser.

Noah é... Estranho. Por várias vezes me perguntei o que ele estava fazendo no livro, porque ele realmente tem um jeito meio esquisito, mas por fim passamos a descobrir que ele tem um papel fundamental na história inteira, e aliás, tudo faz sentido quando o segredo dele é revelado.

E Ronan... Argh, me dá nos nervos. Ele é aquele personagem imbecil que só sabe arranjar briga com o irmão e tirar sarro dos outros. Eu realmente não entendia o sentimento de Gansey por ele, em se dedicar tanto com alguém que nem se esforça a estudar e passar de ano. Só teve uma única cena no livro inteiro que eu admirei a atitude dele, pra vocês verem como não deu pra engolir, haha. Mas não que isso seja uma coisa ruim. I mean, não acho que um livro tenha que ter só personagens perfeitos e bonzinhos. Até mesmo os mocinhos, tem que ter seu lado desapontador, porque isso é ser humano, é conseguir encarar a história com naturalidade. E esse é o ponto que eu mais amei no livro inteiro.

A autora criou seus personagens com características diferentes, próprias e marcantes, então ninguém ali era perfeito. Todos tinham suas qualidades, e da mesma forma, tinham problemas, dúvidas, discordâncias. Isso é essencial pra que uma história convença o leitor, e é algo que, infelizmente, poucos livros tem a sorte de carregar. De forma que, eu não simplesmente me envolvi com a aventura de Blue e dos Garotos Corvos; eu vivi ela, eu participei dos momentos, eu me vi passando pelas mesmas surpresas e sentimentos. E além disso, é o que não posso deixar de lado: Não existe triângulo amoroso! O que existe, é uma amizade entre todos eles, e quer saber? Mesmo que existisse, ia ser o melhor triângulo que já existiu, porque eu amo os três personagens e não tenho como decidir um só, hahaha

Nota: 5

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 19 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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