Lembrança

Título: Lembrança
Título Original: Remembrance
Autora: Meg Cabot
Série: A Mediadora - #7
Editora: Galera Record
Ano: 2016
Páginas: 400
Tradução: Camila Mello
Livro: Skoob
Sinopse:

Meg Cabot retorna com uma divertida e sexy continuação da saga de Suzannah Simon, a menina que via fantasmas... e os ajudava a passar para a luz Agora, mais velha e experiente, tudo que Suze quer é causar uma boa impressão no primeiro emprego desde sua formatura — e desde o noivado com o Dr. Jesse de Silva, ex-espírito e sua alma gêmea. Como não bastasse, um fantasma de seu passado resolve aparecer. E esse não é um espectro que ela possa mediar. Afinal, Paul Slater está bem vivo, milionário e, ainda por cima, é o novo proprietário da antiga casa de Suzannah. Aquela na qual conheceu Jesse. Isso não seria um problema se ela não tivesse acabado de descobrir que uma antiga maldição poderá transformar seu amado num demônio, caso seu antigo local de descanso seja demolido, como Paul pretende. Agora ela precisa dar um jeito em Paul, que a está chantageando sexualmente — isso mesmo... ou ela dorme com ele, ou perde Jesse —, enquanto tenta ajudar uma caloura assombrada por uma menininha muito poderosa...

A Mediadora fez parte da minha adolescência e imagino que também da de muitas outras pessoas, então quando a Meg divulgou que estava planejando escrever um novo livro pra série, foi uma mistura de sentimentos. Fiquei empolgada, of course, embalada na nostalgia, mas por outro lado tinha o medo batendo na porta. Será que ia ficar bom? Será que depois de 15 anos *motivo pela decisão de um sétimo volume, em comemoração* a Meg conseguiria apresentar o Jesse e a Suzannah do jeitinho que nós conhecíamos?

Shame on me duvidar da escrita dessa mulher diva!

Para nos situar na vida de Suzannah, 6 anos depois de Crepúsculo, sexto volume da serie, a autora lançou um conto chamado O Pedido. Nele, Suzannah está intermediando um PMNO (Pessoa Morta Não Obediente), o que lhe rende uma boa dor de cabeça, e no decorrer Jesse a pede em casamento.

Em Lembrança, Suzannah trabalha em sua antiga escola por recomendação do Padre Dominic, exercendo seu papel de mediadora sempre que possível, e indo a consultas com a terapeuta. Seu noivo, Jesse, é um ex-fantasma que assombrava a casa onde faleceu, que por acaso era a de Suzannah. Com sua ajuda (e muito amor), a alma e o corpo de Jesse enfim se reuniram e ele voltou à vida. Jesse não é desesperado pra aproveitar todo o tempo que perdeu; ele é cavalheiro e extremamente responsável, fazendo residência em pediatria num hospital. Jesse acredita que deve muito à Suze e sua família, e por isso insiste que eles só farão sexo após o casamento, o que não deixa Suzannah nem um tiquinho feliz. Do jeito teimoso e brincalhão dela, Suzannah o provoca, mas não tem jeito; Jesse é antiquado e a respeita demais para isso. A maioria das cenas envolvendo Jesse e suas cismas com a tecnologia são engraçadas; ele odeia celulares, e chama coisas que são óbvias pra gente por nomes bem estranhos, como luz sem fio, vulgo lanterna.

Um dia, Suzannah recebe uma ligação que a deixa maluca. É Paul, seu ex-namorado pé no saco, estupidamente rico, avisando que irão demolir a casa onde Suzannah morava. Paul também é mediador e enche a cabeça de Suzannah a respeito de uma maldição. Jesse fora assassinado lá, seu espírito ainda pertencia ao lugar, e se a casa viesse abaixo, a maldade dentro dele seria liberada.

- Está entendendo o que quero dizer, Simon? Você pode tirar o garoto da escuridão, mas não pode tirar a escuridão do garoto.

Suzannah não acredita nem por um segundo na baboseira de Paul, ainda mais quando sua única condição para cancelar a destruição é ela sair com ele mais uma vez. Se isso acontecesse, aí sim eles veriam o monstro dentro de Jesse voando no pescoço de Paul. Mas a hipótese de realmente existir uma maldição permanece rondando na cabeça de Suzannah, e algumas pesquisas confirmam seu maior temor.

Ela não tem muito tempo pra pensar no dilema quando uma menina sangrando entra na sala do colégio. Suzannah se assusta, achando que é mais um PMNO, mas a menina estava vivinha da silva e continuava pingando. No pulso de Becca, a menina, está desenhado em cortes a palavra IDIO, remetendo a idiota. Ela corre pra acudi-la, e repara numa criança de olhar mortal agarrada à menina. A criança, chamada Lúcia, acha que Suzannah está tentando machucá-la e provoca um tremor na sala a fim de afastá-la. Depois do que pareceu ser um terremoto, a criança some e Suzannah tenta abordar Becca para descobrir o motivo de aquela PMNO assombrá-la. No fim, Lúcia vai se mostrar um caso mais difícil de enfrentar do que Suzannah imaginava. Lúcia é uma criança com medo e não compreende as intenções de Suzannah, atacando-a por diversas vezes.

Em meio a investigações sobre o passado de Lúcia e sua relação com Becca, Suzannah ainda tem de lidar com Paul e sua insistência, e os olhares duros de Jesse, que a levam a temer que no fim das contas Paul esteja certo.


Lembrança é um volume válido para recordar e matar saudades dos personagens, porque o sexto volume teve um desfecho perfeito. Lembrança também tem, isso deixo claro, sem questões abertas ou indícios de uma continuação. Não sei se é porque li numa fase diferente da vida, mas não me apeguei tanto à história quanto antes. Na realidade, um livro que eu devoraria, demorei quase uma semana para finalizar. Achei algumas partes enroladas, com explicações demasiadas, algumas falas intituladas como a famosa encheção de lingüiça.

Honestamente, não lembro se a Suzannah já era assim, mas a achei bem egocêntrica e teimosa ao extremo. Ela é uma mulher cheia de atitudes e também de palavras, extrovertida e de língua afiada. O Jesse se tornou super-protetor, mas é compreensível, visto que ele veio de um século diferente, então ele tem realmente a mente antiquada e levaria mais alguns anos para ele mudar sua forma de pensar. Um detalhe bobo, mas que os fãs reparam, é que ele parou de chamar a Suzannah de mi hermosa pra chamar de mi amada.

Paul é um cara carente de atenção, cheguei a sentir dó dele *ou não*. Ele é convencido, tão egocêntrico quanto Suzannah, e adora usar conotações sexuais / o que, graças a deus, a Meg preferiu não abordar como um abuso sexual, porque esse não é o ponto, mas se ela escolhesse desenvolver o assunto, o livro teria umas oitocentas páginas.

A polêmica envolvendo a Lúcia e a Becca também renderia assunto, tanto que vi algumas pessoas reclamando pela falta de profundidade. Bom, povo, é o que eu disse: esse não é o foco. Ela quis inventar algo pesado e tratar isso de maneira leve. Deu certo, no meu ponto de vista. Ficou tudo subentendido, e eu amei a relação que ela criou com essas duas novas personagens. Acho que fez a própria personagem crescer e abrir o coração.

Mas sem dúvidas, quem ganha o maior destaque nessa história são as trigêmeas filhas do meio-irmão de Suzannah, Brad. Que pentelhas mais amorzinho elas são! Suzannah deu um apelido especial para cada uma delas: Flocos, Flux e Rabo de Algodão. Elas são elétricas, espertas, e uma graça. Quero sim um spin-off dessas três pestinhas com cara de anjo!

Temos participação também de personagens importantes que apareceram nos volumes anteriores como os dois outros meio-irmãos de Suzannah, Jake e David; as duas melhores amigas de Suzannah, Gina e Cee Cee; a Debbie, esposa de Brad, e Kelly, melhor amiga dela; Jack, irmão de Paul e mediador, e claro, o Padre Dominic!

Eu tinha esquecido como a escrita da Meg é divertida! Foi uma leitura um pouco arrastada, sim, mas super empolgante e de matar a saudade de qualquer fã dessa série maravilhosa. Muito obrigada, Meg, pelo presente! O Jesse e a Suzannah sempre ficarão marcados no nosso coração. Só falta um fantasma a la Jesse no meu quarto. SQN! HAHAHAH

Nota: 5

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 21 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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