Cabeças de Ferro

Título: Cabeças de Ferro
Autora: Carol Sabar
Editora: Jangada
Ano: 2016
Páginas: 304
Livro: Skoob
Sinopse:

Nem em seus piores pesadelos, Malu imaginava que sua vida universitária começaria tão tumultuada!
Ela acaba de ser aprovada no concorridíssimo vestibular da “Universidade dos Cabeças de Ferro”, e agora, com o apoio de Nicolas – que sonha ser muito mais que seu amigo –, prepara-se para encarar o temido trote da Engenharia. O veterano designado para aplicar o trote em Malu é ninguém menos que Artur Cantisani, o seu sexy arqui-inimigo, responsável pela humilhação que ela sofreu aos 11 anos de idade, na frente de toda a escola.
Inesperadamente, porém, quando o trote começa, Artur despeja a gosma não em Malu, mas em outra caloura, que sofre um choque anafilático! Veteranos e calouros fogem, deixando Malu, Artur e Nicolas sozinhos na “cena do crime”. Mas por que a gosma despejada na caloura era a única de cor diferente? E por que todas as outras garrafas com gosma desapareceram sem deixar rastro? Alguém estaria tentando ocultar provas? Os estudantes da Engenharia estariam na mira de um assassino?
Envolvidos até o pescoço, Malu e Artur, apesar de se odiarem, não têm outra saída a não ser unir seus cérebros brilhantes para desvendar o que há por trás de tanto mistério.
Com a mesma linguagem espontânea e divertida que conquistou tantos leitores, Carol Sabar agora conta uma história irresistível, cheia de suspense, romance e adrenalina.
Você deve estar se perguntando o que são cabeças de ferro, não é?

A resposta não está no quê, e sim em quem são. Os cabeças de ferro são os alunos da UPN (Universidade de Ponto sem Nó) de Minas Gerais, uma faculdade muito concorrida, e agora Malu é um deles.

Malu passou em primeiro lugar no vestibular para Engenharia de Produção e a história dá inicio com a nossa protagonista se preparando para enfrentar o famoso e temido trote do primeiro dia. Seu melhor amigo, Nicolas, a levou até lá de carro e prometeu esperá-la ali, por mais que fosse perder suas próprias aulas na universidade com isso.

Criando coragem, Malu vai em direção ao bloco 14, onde o trote ocorrerá e onde enfrentará seu arqui-inimigo de anos. Artur Cantisani foi amigo de Malu por muitos anos, até que aos 11 anos ele a submeteu a uma humilhação que ela jamais perdoou. E agora, Malu iria encarar o menino que odiou por tantos anos, e que era seu veterano.



A regra era que os veteranos iriam realizar o trote nos bixos de acordo com a classificatória no vestibular. O veterano de primeiro lugar aplicaria no bixo do primeiro lugar e assim por diante. Só que Artur, que deveria jogar a gosma de dentro da garrafa marcada com seu nome em Malu, e humilhá-la pela segunda vez na vida, jogou na menina em seguida da fila, desobedecendo assim a ordem.

A menina, posteriormente apresentada como Mariana, sofre um choque anafilático ao entrar em contato com a substância. Todo mundo se apavora e foge do lugar. Os únicos que restaram e prestaram socorros foi Malu, Artur e Nicolas.

Mais tarde, Artur aparece na casa de Malu dizendo que alguém poderia estar tentando matá-la. Ao invés de acompanhar Malu e Nico na ambulância com Mariana, ele retornou ao local e verificou as garrafas que variavam de tom azul e rosa. Apenas a gosma destinada a ele (ou a ela) era diferente. Os veteranos que preparavam as misturas, mas só o Mestre da vez sabia onde as garrafas eram estocadas.

Malu jamais imaginaria que um mero trote se tornaria uma investigação. Trabalhando juntos e a contragosto, Malu e Artur vão em busca da verdade. Seria uma sabotagem? Será que alguém realmente desejava a morte de Malu? Por qual motivo? E porque todas as garrafas haviam sumido?



Se eu não disse antes, eu digo agora: Amo os livros da Carol Sabar!

Já li suas duas outras obras, Azar o seu! e Como (quase) namorei Robert Pattinson, e foram ambas leituras super prazerosas e divertidas. A Carol tem uma escrita leve e despretensiosa que abraça o leitor sem grandes esforços. Por conta disso, já esperava uma história sensacional, e acabou superando as minhas expectativas. É interessante observar os autores expandindo os horizontes e achei muito legal a forma como a Carol abordou o lado investigativo e misterioso da história, sem deixar o característico YA de lado. Suas obras costumam ser engraçadas e românticas, e Cabeças de ferro não foi exceção, embora eu tenha visto um grande amadurecimento de suas protagonistas.

A Malu veio para exterminar os estereótipos. Ela é linda, baixinha, ousada, comunicativa e mega inteligente, o que deleta a imagem de tímidos e introvertidos CDFs. Ela até se considera uma, já que suas notas seguem um padrão de nove pra cima, mas tal inteligência não a impede de socializar facilmente e seduzir garotos. Pelo contrário, ela usa seus talentos e memória de elefante ao seu favor, tendo cada ideia que até mesmo o Artur se assusta (e também fica estupefato, embora jamais fosse admitir).

Falando no Artur e em estereótipos erradicados, ele é o nosso bad boy que carrega uma tatuagem do símbolo PI (π) no peito. Fala sério. Quem de exatas não ficaria caidinho?

Graças ao bom Deus eu sou de biológicas e to livre da loucura dessa gente de exatas. Eu ein. Não confio em gente que gosta de matemática.

Aliás, lá vai uma curiosidade: A Carol Sabar é mineira E formada em Engenharia de Produção! Sim, senhores! Uma história tão bem escrita só podia ter um conhecimento aprofundado no assunto, né? E não, a Malu não fica divagando sobre as mil maravilhas de seu curso, então fiquem tranqüilos, porque eu mesma ficaria perdida se esse fosse o caso. No entanto, se você está na faculdade, vai entender tudinho do que a Malu está falando! E principalmente se lembrar do dia do trote, o que eu preferia fingir que nunca existiu. Maldito elefantinho.



A repercussão leva os cidadãos a se questionar a utilidade (inexistente) dos trotes e o perigo que ele representa. Teoricamente, o trote é proibido e por isso foi realizado num local distante da universidade, mas a bomba naturalmente cai nas costas do reitor, que está sendo ameaçado de ser tirado do cargo. Malu e Nico também são chamados para depor, mas é Artur quem leva a pior. Apesar de várias pessoas terem participado do trote, e fugido, o que não deixa de ser um crime de omissão de socorro, foi ele quem jogou a gosma em Mariana. Ele foi o único que agiu, e nem mesmo o fato de ele ter em seguida salvado a vida de Mariana, pode safá-lo. A “sorte” é que o processo é lento e vai demorar pra chegar ao fim e, enquanto isso, Artur e Malu aproveitam para recolher provas de que havia alguém naquela noite armando pra cima deles.

O livro foi cedido em parceira com a editora Jangada e só posso dar os parabéns por essa edição maravilhosa! A capa ficou diferente do modelo das outras duas obras da Carol, mas não reclamo nem um pouco, já que combinou bastante com todos os artifícios encontrados no livro. Fiquei com medo de o número de páginas ser grande, como os outros, e acabar tendo uma parte de encheção de lingüiça, mas felizmente não foi o caso e pude devorar a história numa noite só, envolvida pelo clima de mistério misturado com a faculdade. E ah, também temos váaarias citações de cantores e músicas! Sou suspeita a falar do quanto gostei disso já que música + livro num lugar só é o meu fraco.

Com uma escrita objetiva e engraçada, Cabeças de ferro é uma obra que reúne suspense, romance, rancor, aulas, festas e amizade, todos os elementos pertencentes à transição entre a vida adolescente e adulta que tornam a leitura fluida e empolgante. Você não vai querer largar o livro até descobrir o que está acontecendo na universidade ponto sem nó!

Nota: 5

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 21 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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